Uso do veículo próprio no trabalho: quem paga a conta?

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Você já precisou usar o seu carro, moto ou outro veículo pessoal para trabalhar para uma empresa? Seja para fazer entregas, visitar clientes ou transportar equipamentos, essa situação é mais comum do que parece. Mas existe um ponto muito importante que muitos trabalhadores não sabem: quando o empregado usa o veículo próprio a serviço da empresa, é obrigação do empregador arcar com os custos dessa atividade.

O que diz a lei sobre isso?

A legislação trabalhista não traz uma regra específica sobre esse tema, mas a jurisprudência e o bom senso jurídico são claros: se o veículo está sendo usado em benefício da empresa, ela deve assumir os custos decorrentes disso. Esses custos podem envolver:

  • Combustível;
  • Manutenção e desgaste do veículo;
  • Seguro;
  • Depreciação do bem;
  • Pedágios e estacionamento.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) já reconheceu em várias decisões que o uso do veículo pessoal em favor da empresa gera o dever de indenização. Isso se baseia no princípio do risco da atividade econômica, previsto no artigo 2º da CLT. Ou seja, quem assume os riscos do negócio é o empregador, não o trabalhador.

Precisa ter um contrato por escrito?

É o ideal. Embora não seja obrigatório, um acordo escrito entre empresa e empregado, estipulando que o trabalhador utilizará o próprio veículo e como será feita a compensação, evita muitos problemas no futuro.

Esse contrato pode prever, por exemplo, o pagamento de um valor fixo mensal (ajuda de custo) ou o reembolso por quilometragem rodada, mediante apresentação de relatório e comprovantes.

E se a empresa não pagar?

Caso o trabalhador arque com todas as despesas e não receba nada da empresa, ele pode buscar o ressarcimento na Justiça do Trabalho. Nesse caso, é essencial guardar todas as provas: recibos de abastecimento, registros de deslocamentos, conversas com supervisores e até testemunhas que confirmem a utilização do veículo em favor da empresa.

Além disso, dependendo da situação, pode haver direito a indenização por danos materiais e morais, especialmente se o veículo sofrer desgaste excessivo, acidentes ou outros prejuízos sem qualquer suporte da empresa.

Repercussões práticas para o trabalhador

  • Gastos elevados com combustível, manutenção e consertos podem comprometer sua renda.
  • Risco maior de acidentes ou problemas com o veículo, já que ele é usado além do comum.
  • Prejuízo no longo prazo, pois o desgaste reduz a vida útil do automóvel.

Repercussões para a empresa

  • Ao não reembolsar ou indenizar, a empresa pode ser acionada judicialmente.
  • Pode ser condenada a pagar retroativamente os custos, além de multas e indenizações.
  • Danos à imagem e à relação com os colaboradores.

Conclusão

Se você é trabalhador e está usando seu próprio veículo a serviço da empresa, saiba que você tem direitos. E se você é empregador, é preciso agir com responsabilidade e cumprir o seu dever.

Cada caso deve ser analisado com cuidado. Por isso, contar com a orientação de um advogado especialista em Direito do Trabalho é essencial para garantir seus direitos, evitar abusos e prevenir problemas futuros.

SAIBA MAIS SOBRE SEUS DIREITOS EM:

Saiba mais sobre a NR-1 que passará a exigir medidas para prevenir transtornos mentais nas empresas

 

 

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp