Você sabia que a Constituição garante o direito dos trabalhadores de participar da gestão das empresas?

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Pois é! Pouca gente sabe, mas isso está escrito com todas as letras na Constituição Federal de 1988, no artigo 7º, inciso XI, que diz que os trabalhadores têm direito à “participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.”

O problema? Essa lei nunca foi criada. E aí está o grande ponto da discussão atual no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADO 85.


🧾 O que é a ADO 85?

ADO é a sigla para Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. E a ADO 85, proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), tem um objetivo claro: cobrar do Congresso Nacional a criação de uma lei que regulamente o direito dos trabalhadores de participarem da gestão das empresas.

Ou seja: a Constituição disse que o trabalhador tem esse direito, mas o Congresso nunca fez a parte dele — e isso precisa mudar.


⚖️ O que o STF está julgando?

O STF está analisando se o Congresso se omitiu ao não regulamentar esse direito. Se o Supremo entender que sim, poderá determinar que o Legislativo aprove uma lei sobre o tema, com base no dever constitucional de efetivar os direitos sociais.

É um julgamento muito importante porque mexe diretamente com o futuro das relações trabalhistas no Brasil.


🤝 Mas o que significa “participação na gestão”?

Participar da gestão não é “mandar na empresa”, como alguns podem pensar. Na prática, significa que os trabalhadores teriam o direito de opinar e contribuir com as decisões que afetam o ambiente de trabalho e a organização da empresa.

Isso poderia se dar por meio de:

  • Comissões internas de diálogo entre patrões e empregados;
  • Participação em reuniões sobre metas, produtividade ou condições de trabalho;
  • Direito de consulta ou voto em determinadas decisões estratégicas;
  • Modelos mais transparentes de gestão.

Tudo isso depende da regulamentação — por isso a importância dessa ADO.


📌 Quais seriam as repercussões se o STF reconhecer esse direito?

Se o STF declarar a omissão do Congresso e obrigar a criação de uma lei, o cenário pode mudar bastante para os trabalhadores. Veja o que pode acontecer:

  1. Mais democracia nas empresas: trabalhadores passam a ser ouvidos sobre decisões que afetam seu dia a dia;
  2. Melhor ambiente de trabalho: o diálogo entre patrões e empregados pode prevenir conflitos e melhorar a produtividade;
  3. Transparência: informações como metas, lucros e decisões internas podem ser mais acessíveis ao corpo de funcionários;
  4. Valorização do trabalhador: participar da gestão também é reconhecer o trabalhador como parte essencial do sucesso da empresa.

Claro, tudo isso vai depender de como será feita a regulamentação, mas sem dúvida abre caminho para um modelo mais justo e participativo no mundo do trabalho.


💬 Conclusão

A ADO 85 pode parecer um tema distante, jurídico demais. Mas na prática, ela trata de algo que interessa diretamente a milhões de trabalhadores brasileiros: o direito de ter voz nas decisões da empresa onde se dedica todos os dias.

A luta pelo direito à participação na gestão é também uma luta por respeito, transparência e valorização do trabalho humano.

Se for reconhecida pelo STF, será um passo histórico para garantir que o que está na Constituição se torne realidade no chão das fábricas, nos escritórios e nas empresas do Brasil inteiro.


Se você é trabalhador ou representa uma entidade sindical, acompanhar esse julgamento é essencial. E se tiver dúvidas, fale com um advogado trabalhista de confiança para entender seus direitos e como isso pode impactar sua categoria.

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